segunda-feira, 27 de abril de 2009

Blogue AMAR PARA EDUCAR, de José Maria Calisto

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TEXTO que referi:

Educação com emoções
Esta reflexão que aqui apresento é consequência de alguma das aprendizagens adquiridas na disciplina, bem como da curiosidade que me foi despertada para esta matéria e que têm sido muito importantes para a melhoria da minha actividade profissional.
Assim, e porque a actividade de um professor não se resume às suas competências técnico-profissionais especificas, mas também às relações interpessoais e intrapessoais, decidi abordar a temática da inteligência emocional em contexto de aprendizagem.
Nos anos 80, Howard Gardner e a sua equipa da Universidade de Harvard propuseram que o ser humano não tinha uma ou duas inteligências (já avançadas por Alfred Binet, com a inteligência lógico-matemática e a inteligência linguística ou verbal, bem como a medição da inteligência, o QI), mas sim várias inteligências.
Gardner com a teoria das inteligências múltiplas sublinha a importância da inteligência intrapessoal no auto conhecimento e da inteligência interpessoal no estabelecimento de boas relações com os outros.
O conceito de educação emocional surgiu na década de noventa, e foi difundido pelas obras de Daniel Goleman destacando aqui o livro “Emotional Intelligence – Why It Matters More Than IQ” (1995) (com base no conceito de inteligência emocional, introduzido por Peter Salovey e John D. Mayer, 1990).
Ora, o educador de hoje é confrontado com esta nova realidade, e podendo verificar a diferença que existe entre um ensino cartesiano, cientifico-matemático, (tal como ao que eu fui sujeito) cuja primazia é a razão, ignorando as emoções como parte integrante do ser humano, a educação emocional visa o aluno como um ser integral, propondo uma diversificação do ensino.
Jacques Delors (1996) ao defender os quatro pilares da educação (aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em comum e aprender a ser) sendo os dois últimos potenciadores da educação emocional, denuncia já a necessidade do ensino tomar novos rumos.
Mas, para se assumir uma educação emocional, o professor tem que se predispor criar novas aprendizagens (se é que ainda não as tem), devendo trabalhar sobre si mesmo.
Tornar-se um bom ouvinte é uma das condições para criar empatia com o outro. Reconhecendo o valor da hospitalidade, o educador deve ir ao encontro do outro com a finalidade de superar os preconceitos, sabendo escutar e acolher, pois o aluno é a condição de todo ensino.
As emoções têm efeitos sobre os processos mentais, e podem afectar a percepção, a atenção, memória, razão, criatividade, etc.
Geralmente, as pessoas que funcionam bem emocionalmente, realizam avaliações adequadas dos acontecimentos e gerem as emoções de forma a minimizarem os efeitos negativos e a maximizarem os positivos em cada situação.
Daí ser imprescindível aprender a gerir as emoções para regular o comportamento e a impulsividade nas suas relações pessoais, sociais e até profissionais.
No processo da educação emocional o professor tem o dever de “oferecer” elogios sinceros e oportunos, visando o estabelecimento de ligações afectivas e partilhar simpatia com os alunos.
O facto da educação emocional ter estado arredada da escola fez de muitos de nós (professores) analfabetos emocionais e para isso temos que nos (re)educar, trabalhando a nossa inteligência emocional para sermos capazes de decidir equilibradamente, evitando o sofrimento próprio e o alheio.
Sendo possível educar as emoções, (categoria das emoções secundárias) significa que é possível ao ser humano no percurso de vida, desenvolver competências emocionais.
Entende-se assim a educação emocional como um processo educativo, continuo e permanente, que tem como objectivo potenciar o desenvolvimento de competências emocionais como elemento essencial do desenvolvimento integral da pessoa, capacitando-a para a vida.
Tudo isto tem como finalidade última aumentar o bem-estar pessoal e social.
Educarmos as nossas crianças para os valores e afectos, alfabetizando emocionalmente, estaremos a contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equilibrada.
in Blogue AMAR para EDUCAR, de José Maria Calisto

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