sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Saúde e as Emoções - Entrevista com o Dr. Jorge Carvajal, médico cirurgião da Universidade de Andaluzia, Espanha, pioneiro da Medicina Bioenergética.

texto em Brasileiro

10 de março de 2009.

Qual adoece primeiro: o corpo ou a alma?
A alma não pode adoecer, porque é o que há de perfeito em ti, a alma evolui, aprende. Na realidade, boa parte das enfermidades são exatamente o contrário: são a resistência do corpo emocional e mental à alma. Quando nossa personalidade resiste aos desígnios da alma, adoecemos.

A Saúde e as Emoções.

Há emoções prejudiciais à saúde? Quais são as que mais nos prejudicam?
70 por cento das enfermidades do ser humano vêm do campo da consciência emocional. As doenças muitas vezes procedem de emoções não processadas, não expressadas, reprimidas. O medo, que é a ausência de amor, é a grande enfermidade, o denominador comum de boa parte das enfermidades que temos hoje. Quando o temor se congela, afeta os rins, as glândulas suprarrenais,os ossos, a energia vital, e pode converter-se em pânico.

Então nos fazemos de fortes e descuidamos de nossa saúde?
De heróis os cemitérios estão cheios. Tens que cuidar de ti. Tens teus limites, não vás além. Tens que reconhecer quais são os teus limites e superá-los, pois, se não os reconheceres, vais destruir teu corpo.

Como é que a raiva nos afeta?
A raiva é santa, é sagrada, é uma emoção positiva, porque te leva à autoafirmação, à busca do teu território, a defender o que é teu, o que é justo. Porém, quando a raiva se torna irritabilidade, agressividade,ressentimento, ódio, ela se volta contra ti e afeta o fígado, a digestão, o sistema imunológico.

Então a alegria, ao contrário, nos ajuda a permanecer saudáveis?
A alegria é a mais bela das emoções, porque é a emoção da inocência, do coração e é a mais curativa de todas, porque não é contrária a nenhuma outra. Um pouquinho de tristeza com alegria escreve poemas. A alegria com medo leva-nos a contextualizar o medo e a não lhe darmos tanta importância.

A alegria acalma os ânimos?
Sim, a alegria suaviza todas as outras emoções, porque nos permite processá-las a partir da inocência. A alegria põe as outras emoções em contrato com o coração e dá-lhes um sentido ascendente. Canaliza-as para que cheguem ao mundo da mente.

E a tristeza?
A tristeza é um sentimento que pode te levar à depressão quando te deixas envolver por ela e não a expressas, porém ela também pode te ajudar. A tristeza te leva a contatares contigo mesmo e a restaurares o controle interno. Todas as emoções negativas têm seu próprio aspecto positivo.Tornamo-las negativas quando as reprimimos.

Convém aceitarmos essas emoções que consideramos negativas como parte de nós mesmos?
Como parte para transformá-las, ou seja, quando se aceitam, fluem, e já não se estancam e podem se transmutar. Temos de as canalizar para que cheguem à cabeça a partir do coração.

Que difícil!
Sim, é muito difícil. Realmente as emoções básica são o amor e o medo (que é ausência de amor), de modo que tudo que existe é amor, por excesso ou deficiência. Construtivo ou destrutivo. Porque também existe o amor que se aferra, o amor que superprotege, o amor tóxico, destrutivo.

Como prevenir a enfermidade?
Somos criadores, portanto creio que a melhor forma é criarmos saúde. E, se criarmos saúde, não teremos que prevenir nem combater a enfermidade, porque seremos saúde.

E se aparecer a doença?
Teremos, pois, de aceitá-la, porque somos humanos. Krishnamurti também adoeceu de um câncer de pâncreas e ele não era alguém que levasse uma vida desregrada. Muita gente espiritualmente muito valiosa já adoeceu. Devemos explicar isso para aqueles que creem que adoecer é fracassar. O fracasso e o êxito são dois mestres e nada mais. E, quando tu és o aprendiz, tens que aceitar e incorporar a lição da enfermidade em tua vida.. Cada vez mais as pessoas sofrem de ansiedade. A ansiedade é um sentimento de vazio, que às vezes se torna um oco no estômago, uma sensação de falta de ar. É um vazio existencial que surge quando buscamos fora em vez de buscarmos dentro. Surge quando buscamos nos acontecimentos externos, quando buscamos muleta, apoios externos, quando não temos a solidez da busca interior. Se não aceitarmos a solidão e não nos tornarmos nossa própria companhia, sentiremos esse vazio e tentaremos preenchê-lo com coisas e posses. Porém, como não pode ser preenchido de coisas, cada vez mais o vazio aumenta.

Então, o que podemos fazer para nos libertarmos dessa angústia?
Não podemos fazer passar a angústia comendo chocolate ou com mais calorias,ou buscando um príncipe azul fora. Só passa a angústia quando entras em teu interior, te aceitas como és e te reconcilias contigo mesmo. A angústia vem de que não somos o que queremos ser, muito menos o que somos, de modo que ficamos no "deveria ser", e não somos nem uma coisa nem outra.

O stress é outro dos males de nossa época. O stress vem da competitividade, de que quero ser perfeito, quero ser melhor, quero ter uma aparência que não é minha, quero imitar. E realmente só podes competir quando decides ser um competidor de ti mesmo, ou seja, quando queres ser único, original, autêntico e não uma fotocópia de ninguém. O stress destrutivo prejudica o sistema imunológico. Porém, um bom stress é uma maravilha, porque te permite estar alerta e desperto nas crises e poder aproveitá-las como oportunidades para emergir a um novo nível de consciência.

O que nos recomendaria para nos sentirmos melhor com nós mesmos?
A solidão. Estar consigo mesmo todos os dias é maravilhoso. Passar 20 minutos consigo mesmo é o começo da meditação, é estender uma ponte para a verdadeira saúde, é aceder o altar interior, o ser interior. Minha recomendação é que a gente ponha o relógio para despertar 20 minutos antes,para não tomar o tempo de nossas ocupações. Se dedicares, não o tempo que te sobra, mas esses primeiros minutos da manhã, quando estás rejuvenescido e descansado, para meditar, essa pausa vai te recarregar, porque na pausa habita o potencial da alma.

O que é para você a felicidade?
É a essência da vida. É o próprio sentido da vida. Encarnamos para sermos felizes, não para outra coisa. Porém, felicidade não é prazer, é integridade. Quando todos os sentidos se consagram ao ser, podemos ser felizes. Somos felizes quando cremos em nós mesmos, quando confiamos em nós,quando nos empenhamos transpessoalmente a um nível que transcende o pequeno eu ou o pequeno ego. Somos felizes quando temos um sentido que vai mais além da vida cotidiana, quando não adiamos a vida, quando não nos alienamos de nós mesmos, quando estamos em paz e a salvo com a vida e com nossa consciência.

Viver o Presente.

É importante viver no presente? Como conseguir?
Deixamos ir-se o passado e não hipotecamos a vida às expectativas do futuro quando nos ancoramos no ser e não no ter. Eu digo que a felicidade tem a ver com a realização, e esta com a capacidade de habitarmos a realidade. E viver em realidade é sairmos do mundo da confusão.

Na sua opinião, estamos tão confusos assim?
Temos três ilusões enormes que nos confundem:Primeiro cremos que somos um corpo e não uma alma, quando o corpo é o instrumento da vida e se acaba com a morte. Segundo cremos que o sentido da vida é o prazer, porém com mais prazer não há mais felicidade, senão mais dependência.. Prazer e felicidade não são o mesmo. Há que se consagrar o prazer à vida e não a vida ao prazer.

Terceiro ilusão é o poder; cremos ter o poder infinito de viver.
 
E do que realmente necessitamos para viver? Será de amor, por acaso?
O amor, tão trazido e tão levado, e tão caluniado, é uma força renovadora. O amor é magnífico porque cria coesão. No amor tudo está vivo, como um rio que se renova a si mesmo. No amor a gente sempre pode renovar-se, porque ordena tudo. No amor não há usurpação, não há deslocamento, não há medo, não há ressentimento, porque quando tu te ordenas porque vives o amor, cada coisa ocupa o seu lugar, e então se restaura a harmonia. Agora, pela perspectiva humana, nós o assimilamos com a fraqueza, porém o amor não é fraco.

Enfraquece-nos quando entendemos que alguém a quem amamos não nos ama. Há uma grande confusão na nossa cultura. Cremos que sofremos por amor, porém não é por amor, é por paixão, que é uma variação do apego. O que habitualmente chamamos de amor é uma droga. Tal qual se depende da cocaína,da maconha ou da morfina, também se depende da paixão. É uma muleta para apoiar-se em vez de levar alguém no meu coração para libertá-lo e libertar-me.. O verdadeiro amor tem uma essência fundamental que é a liberdade, e sempre conduz à liberdade. Mas às vezes nos sentimos atados a um amor. Se o amor conduz à dependência é Eros. Eros é um fósforo, e quando o acendes ele se consome rapidamente em dois minutos e já te queimas o dedo.

Há amores que são assim, pura chispa. Embora essa chispa possa servir para acender a lenha do verdadeiro amor. Quando a lenha está acesa, produz fogo.

Esse é o amor impessoal, que produz luz e calor.

Pode nos dar algum conselho para alcançarmos o amor verdadeiro?
Somente a verdade. Confia na verdade; não tens que ser como a princesa dos sonhos do outro, não tens que ser nem mais nem menos do que és. Tens um direito sagrado, que é o direito de errar; tens outro, que é o direito de perdoar, porque o erro é teu mestre. Ama-te, sê sincero contigo mesmo e leva-te em consideração. Se tu não te queres, não vais encontrar ninguém que possa te querer. Amor produz amor. Se te amas, vais encontrar amor. Se não, vazio. Porém nunca busques migalhas, isso é indigno de ti. A chave então é amar-se a si mesmo. E ao próximo como a ti mesmo. Se não te amas a ti, não amas a Deus, nem a teu filho, porque estás te apegando, estás condicionando o outro. Aceita-te como és; não podemos transformar o que não aceitamos, e a vida é uma corrente permanente de transformações.

sábado, 6 de novembro de 2010

A estrutura da Realidade / PNL

artigo em Brasileiro
O que é a Realidade?

 
Figura 1: a sua realidade e pisando fora dela

Figura 2: percebendo diferentes realidades


A estrutura da realidade

Roger Ellerton Ph.D.

O que é realidade?
Por que é que algumas pessoas vêem algo como possível (dentro da realidade delas) e outras o desconsideram totalmente?

A sua percepção do mundo é a sua realidade.

Em artigo anterior (Modelo de Comunicação da PNL), examinamos como nós filtramos a informação baseada nas nossas crenças, valores, memórias, metaprogramas, etc. Como resultado dessa filtragem, nós temos uma percepção do mundo à qual chamamos de realidade.

Existe um ditado que diz:
"Se você quiser mudar a sua vida, você deve mudar primeiro a maneira como percebe a sua vida".

Para conseguir uma melhor compreensão da realidade e de como ela afeta as nossas vidas, considere o seguinte:

-Suponha que o círculo na figura 1 representa todo o conhecimento possível - tudo o que já foi descoberto e tudo que será descoberto.
Uma parte deste círculo representa ‘o que você sabe que você sabe’ - você sabe o seu nome, onde mora, etc.

Outra parte do círculo representa ‘o que você sabe que não sabe’ - você sabe que existe algo chamado mergulho de profundidade, mas não sabe de nenhum detalhe ou como fazê-lo.

Essas duas partes representam o que nós chamamos de realidade (ou a sua percepção da realidade).

O resto do círculo é 'o que você não sabe que você não sabe’ e que, neste momento, está fora da sua percepção (realidade).
Como isso não faz parte da sua consciência ou da sua realidade, não significa que não tenha nenhum efeito na sua vida.
Por exemplo, até que eu lhe diga, você está ciente de que tem um novo revestimento estomacal a cada cinco dias (Deepak Chopra)?


Quanto mais ampla for a sua realidade,
mais escolhas
você terá na vida.

Se você tivesse que sair da sua realidade para, digamos, o sinal verde (isto é, fazer algo que nunca fez antes e que não tem a mínima idéia do que irá acontecer), como você se sentiria?
Por exemplo, se você nunca foi ao Japão, não viaja frequentemente, não sabe falar japonês e foi transportado, de repente, para uma esquina no centro de Tóquio, como se sentiria?

Medroso, confuso, apreensivo, ansioso...?

Ou pode descobrir que deu um branco na sua mente.

(Se fizer parte da sua realidade viajar para lugares diferentes e experimentar a cultura local, você poderá experimentar isso de uma forma completamente diferente).

Qual é a sua reação típica quando está medroso, confuso, apreensivo, ansioso...?

Muitas pessoas retornam para algo que elas já conhecem e que percebem ser segura (a realidade delas) e encerram qualquer processo de exploração de novas idéias sobre o mundo ou sobre elas mesmos.  é uma "zona de conforto"...

Se você pretende expandir a sua realidade e o seu potencial na vida, acredito que seja necessário explorar ‘o que você não sabe que você não sabe’.

Um momento ‘sinal verde’

Quando os alunos nos nossos treinamentos de PNL descobrem algo novo sobre eles mesmos ou exploram as suas crenças e valores, algumas vezes, percebem que estão com medo, confusos, apreensivos, ansiosos...

Eu chamo a atenção deles de que isto é um algo bom, pois significa que estão explorando novos aspectos deles mesmos – eles já sabem como podem ficar com medo, confusos, apreensivos, ansiosos... sobre algo!

Como eles se tornam mais confortáveis explorando quem são e confiantes neles mesmos, é comum ouvi-los dizer:

"Eu estou tendo um momento sinal verde" ou
"Uau! Acabei de ter um momento sinal verde e aprendi algo muito valioso sobre mim ou sobre a maneira como percebo o mundo."

Na próxima vez que você se sentir com medo, confuso, apreensivo, ansioso..., primeiro tenha certeza de que está seguro, depois respire profundamente (muitas vezes tendemos a prender a respiração em momentos como esse o que só piora a situação) e examine tudo.

Talvez você descubra novos insights sobre quem você é, suas crenças e seus valores, suas estratégias para conseguir o que quer na vida, ou como pode lidar com essa situação cotidiana de uma forma diferente e alcançar um resultado diferente mais desejado.

Percebendo a realidade de outra pessoa.

Suponha que você e eu crescemos em culturas diferentes, com religiões diferentes, com crenças e valores diferentes e, para efeito de argumentação, tenhamos percepções completamente diferentes do mundo.

Essa situação é ilustrada em grau extremo na figura 2.

Qual é a capacidade de nós concordarmos e trabalharmos juntos?
Se nós dois nos apegarmos às nossas crenças, valores, etc., e não estivermos dispostos a explorar novas ideias (já conheceu alguém assim?), então é certo de que ficaremos discordando continuamente - e que graça tem isso?

Por outro lado, o que aconteceria se você decidisse explorar a minha realidade – você não precisa concordar comigo, apenas considerar e respeitar que eu tenho crenças e valores diferentes dos seus e evitar julgar quais das suas crenças ou valores estão certos ou errados.

No princípio, você até pode achar que a minha realidade é confusa (um momento ‘sinal verde’).

No entanto, se você continuar a explorar a minha realidade, então você terá o potencial de expandir a sua realidade (mais escolhas na sua vida), me ajudar a ser mais tolerante com a sua realidade e explorar a possibilidade para que possamos melhorar a nossa comunicação mútua.

Ao ser flexível na sua abordagem (ser capaz de explorar idéias fora da sua realidade), você tem o potencial de criar muito mais para si mesmo e ao mesmo tempo ajudar os outros.

Não é essa a intenção dos especialistas organizacionais que dizem que devemos encorajar a diversidade no local de trabalho?

Como seria diferente a sua vida e os resultados que você obtém, se você aceitasse que os membros de sua família, seus colegas ou seus vizinhos veem o mundo de uma maneira diferente da sua (tivessem uma realidade diferente)?

Tudo que você precisa fazer é escolher ser curioso e perceber as perspectivas diferentes deles. 

O que você não sabe que sabe.

Observando a figura 1, você pode perceber que existe uma outra parte do círculo ‘o que você não sabe que você sabe’.

Isso pode ter muitas interpretações.
Por exemplo: memórias que você decidiu não se lembrar, ou crianças que são condicionadas culturalmente a assumir determinados papéis e não outros (os rapazes devem seguir os passos de seus pais ou as moças não podem fazer matemática ou serem engenheiras nem pilotos de avião...).

Que impacto isso tem na sua realidade e nas suas escolhas na vida?

Inovação é explorar ‘o que você não sabe que você não sabe’.

Finalmente, vamos falar um pouco sobre inovação.

Pode ser a sua própria inovação pessoal, a inovação no trabalho ou na sociedade.

Referindo-se a figura 1, de onde viriam as idéias inovadoras?

De ‘o que nós já sabemos que sabemos’?
- Não! De ‘o que nós sabemos que não sabemos’?
- Algum potencial para pequenos avanços.
Ou entrando em ‘o que não sabemos que não sabemos’ ou ‘o que nós não sabemos que sabemos’?
- Sim, é aí que reside a oportunidade para as grandes descobertas!

A PNL ajuda as pessoas a expandirem a realidade delas de uma forma segura e respeitosa.

 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Como Estabelecer e Realizar os Objetivos Desejados / PNL

(texto em Brasileiro)
Sabe-se que aquelas pessoas que têm os seus objetivos claramente definidos são as que têm mais sucesso naquilo que elas fazem.

Uma antiga lenda fala da Esfinge que ficava à beira da estrada.
Cada viajante que passava tinha que parar e lhe era pedido para decifrar um enigma.
Se este não fosse capaz de responder certo, seria devorado.

Do mesmo modo, cada um de nós é um viajante, deparando diariamente com problemas.
São os enigmas da Esfinge, e sofremos quando deixamos de dar a resposta certa.

O viajante bem-sucedido foi sempre aquele que compreendeu a pergunta que lhe foi feita.
O viajante infeliz muitas vezes encontra o seu fim, não porque o enigma lhe exceda a capacidade, mas porque não chega sequer a ouvir a pergunta.
Ao deparar com a Esfinge, a sua mente é dominada pelo medo e ele se acha então incapaz de até começar a pensar.

Muitas pessoas têm sido derrotadas por seus problemas porque nunca souberam do que se tratava, e muito menos da situação onde se encontravam.

Isso sugere a primeira pergunta que se deve fazer toda vez que surge um problema: "Onde estou?"

ONDE ESTOU?

Depois de ter comido o fruto proibido e com isto franqueado ao homem o mundo dos problemas, Adão escondeu-se amedrontado.
Segundo o Gênese, Deus chamou-o dizendo:
"Adão, onde estás?"
Os estudiosos têm considerado o porquê de Deus, que tudo sabe, ter que perguntar.
A resposta por eles apresentada é que Deus sabia onde Adão estava, mas queria que ele próprio o soubesse também.

A pergunta: "Onde estou?" deve ser feita com muito cuidado.
Esta pergunta simboliza uma avaliação calma e de todos os pontos de vista possíveis da situação, o mais isento possível de rótulos ou de julgamentos.
Em outras palavras, significa fazer o uso de toda a sua acuidade sensorial para obter as informações sensoriais precisas e completas necessárias.

Para definir o problema de modo eficiente, será útil ter em mente o significado da palavra PROBLEMA.
O professor Karl Duncker, que tem realizado consideráveis pesquisas sobre a psicologia da solução dos problemas, apresenta a sua conclusão com as seguintes palavras:
"O problema surge quando o ser vivo possui um objetivo, mas não sabe como consegui-lo."

Baseado na definição de Duncker, o problema é a distância entre o lugar onde nos encontramos (Estado Atual) a aquele onde desejamos estar (Estado Desejado), quando não existe aparentemente nenhum meio de transporte à vista.
Quase sempre o elemento que falta é o segundo, o Estado Desejado.

Estado atual e Estado desejado

Muitas pessoas reclamam que têm objetivos na vida, mas nunca conseguiram realizá-los.
Isto porque os objetivos que querem são inespecíficos e muito generalizados, do tipo "eu quero ser rico", "quero ser feliz", "quero ficar em paz", etc.;
ou são formulados em negativo como "não quero mais sofrer", "nunca mais quero me sentir assim", "não vou acabar desse jeito", etc..
Ou os seus objetivos dependem da iniciativa e controle dos outros, como "só vou ter tranqüilidade se ele/ela parar de fazer isto", "eu quero que ele/ela me faça feliz", "quando ele/ela mudar, eu posso ser o que eu quero", etc.

Muitos ainda têm os seus objetivos em mente e a "intelectualização" das soluções.
São verdadeiras enciclopédias ambulantes em matéria de teorias e de informações, porém, fracassam em atingir os seus resultados desejados por faltar-lhes algo muito importante chamado de AÇÃO.

Portanto, meus amigos, mãos à obra!

CONDIÇÕES DE BOA FORMULAÇÃO DE RESULTADOS DESEJADOS

As condições de uma boa formulação de resultados desejados são:

1. Ser expresso em termos positivos.
2. Iniciado e controlado pela própria pessoa (você).
3. Evidências sensoriais específicas.
4. Bem contextualizado.
5. Que seja ecológico para a pessoa.
6. Testável na experiência da pessoa, isto é, dentro do poder da pessoa de realizá-lo.

Pegue uma caneta ou lápis agora e procure responder a essas perguntas da melhor forma que puder:

QUESTÕES PARA ELICIAR/escolher/formular/expressar, O OBJETIVO DESEJADO

1. Dito em termos positivos;
I. "O que você quer, especificamente?"
Se você ou alguém que você está ajudando neste exercício disser:
"Não quero me sentir mal", você pergunta: "Muito bem, como é que você gostaria de se sentir?" e, se você ou outro responder "Eu vou saber quando não tremer mais", diga "OK, isso é o que você não vai fazer, e o que você VAI fazer?"

II. Que o objetivo seja iniciado e controlado por você:

Se você é do tipo que costuma dizer: "Consertem minha mulher/marido/filho!" Saiba que isto não está bem formulado, já que o desejo é de mudar algo que está fora do seu alcance. Você pode pegar este objetivo e transformá-lo em algo iniciado, sob controle seu, acrescentando uma ou duas proposições:

"Então o que eu quero é ter respostas diferentes por parte da minha mulher ou do meu marido ou daquela pessoa".

Se isso fizer sentido para você, já terá uma base para um objetivo bem estruturado: trabalhar a mudança do SEU comportamento para conseguir respostas melhores por parte daqueles que interessam a você.

2. Descrição baseada em dados sensoriais:
I. "Como você vai saber quando atingir este resultado desejado?"
Imagine, vividamente, você, num futuro próximo, já realizando o seu objetivo.
Faça uma descrição COMPORTAMENTAL completa, vendo como você se comporta, sua postura, sua voz, seus gestos, sua respiração, seu tônus muscular e as coisas que estaria fazendo quando já tiver alcançado o seu objetivo.

Verifique se o seu procedimento de evidência (qualquer informação exterior) está sendo dado de forma efetiva.
Um feedback apropriado sobre o momento em que atingiu a mudança desejada.
Exemplo: Se o objetivo é chegar a ser um professor eficiente, e a sua evidência é de se sentir bem no final do dia, você precisará de algum OUTRO tipo de evidência.
Pois é ótimo se sentir bem no final do dia, mas isso não se relaciona automaticamente com o fato de ser um bom professor.
Se deseja ser um profissional eficiente e se a evidência é a de que outros DIGAM que você é bom (apenas verbalmente) você estará usando uma evidência que pode ser enganadora.

- "Mostre-me como você seria se tivesse confiança em si mesmo. O que os outros iriam ver, ouvir ou sentir quando você conseguisse esse objetivo?"
Descrição sensorial dos seus comportamentos, fazendo com que você se concentre na sua auto-imagem como se estivesse sendo visto por outra pessoa.

- "Quando você tiver alcançado o resultado desejado, o que você estará fazendo e como estará se comportando?"
É para você descrever sensorialmente as experiências exteriores que você imagina que estará fazendo, agindo, os seus movimentos, comportamentos, tensão muscular, quando tiver realizado o seu objetivo.

- "Quando você atingir o resultado desejado, que tipos de sensações você irá sentir?"
Isto faz com que você se concentre nas suas sensações interiores.

- "Quando você atingir o resultado desejado, que tipos de pensamentos você estará tendo com você mesmo?"
Isto focaliza a sua atenção no seu Diálogo Interno.

3. Tamanho apropriado do objetivo:
Observei uma vez, na empresa onde sou sócio, que os operários perdiam, aparentemente, muito tempo em várias caminhadas por dia até os depósitos de materiais para retirar peças.
Parecia mais lógico trazer as caixas mais perto das máquinas.
Isto foi feito, e pouco tempo depois os supervisores ficaram perplexos com o resultado.
A produção caiu bruscamente, apesar da economia em tempo e movimento.

A explicação era simples.
Ver a grande quantidade de matéria-prima sugeria aos funcionários o infindável trabalho que teriam que fazer. "Parece que nunca se consegue terminar nada."
Era a forma de alguns deles descreverem o seu motivo para a demissão.

Não há percepção de progresso porque não há um objetivo definido e realizável que a pessoa possa usar como ponto de referência para assinalar o terreno que já se caminhou entre o Estado Atual e o Estado Desejado.

Hoje, a maioria dos psicólogos industriais aconselha a gerência a fazer todo o possível para quebrar em unidades visíveis e atingíveis o fluxo de trabalho.
Então, à medida que as peças ficam prontas, vão para caixas ou bandejas de 10, de 100 ou de 200 unidades, o número que for mais conveniente.
Resulta daí a sensação contínua de "missão cumprida" e disposição renovada para outro esforço em direção a novo objetivo específico.

O mesmo acontece conosco.
Se o objetivo é inespecífico, grande ou global, pergunte a si mesmo sobre uma parte específica do que deseja, em pequenos sub-objetivos visíveis e realizáveis.
Certifique-se de que as informações aqui criadas sejam informações sensorialmente descritas e não julgamentos:

- "Com quem eu quero experimentar este resultado?"
- "Onde, especificamente, eu quero experimentar este resultado em primeiro lugar?"
- "Quando eu quero experimentar este resultado?"
- "Em que situação específica eu não quero este resultado?"

4. Ecologia:

- "De que maneira este resultado afetará a sua vida?"
- "De que forma este objetivo poderia trazer problemas para você?"
- "De que maneira este objetivo poderá afetar as pessoas importantes de sua vida?"
- "Você poderia machucar alguém ao atingir o que você está pedindo?"

5. Limitações:
- "O que impede você de atingir o objetivo desejado?"

Faça uma lista de obstáculos que estão impedindo você de realizar o seu objetivo.
Separe os obstáculos dependentes de terceiros e pegue cada um dos obstáculos pessoais (crenças ou auto-conceitos limitantes) e trabalhe cada um deles com a Técnica do Aprendizado Dinâmico.

6. Recursos disponíveis:
- "Que capacidades ou habilidades você já tem para atingir o resultado desejado?"

Pegue cada recurso que puder se lembrar e utilize a seqüência de Ancoragem para resgatar as sensações desses recursos desejados.

7. Alternativas:
- "Como você vai chegar até lá?" (Descreva quatro ou cinco passos importantes que você vai fazer para alcançar o seu resultado desejado.
Responda da melhor forma que puder, e se não souber, FAÇA DE CONTA que sabe e descreva.)

- "Você tem mais de uma maneira de atingir o objetivo?"

- "De que outra maneira você pode atingir o seu objetivo?" Quanto mais alternativas melhor.

- "Os quatro ou cinco passos estão bem especificados e são possíveis de serem atingidos?" Segmentar processos torna mais fácil atingi-los.

CRIE SEU DIA IDEAL:
Releia agora as respostas anotadas por você e imagine agora um dia ideal para você, quando este objetivo já estiver alcançado e as coisas estejam acontecendo dentro das suas expectativas.
Veja-se a si mesmo, dentro dessa experiência imaginária, observando os seus comportamentos, a sua forma de falar, suas atitudes, e as suas sensações à medida que as cenas imaginárias vão se desenrolando na sua mente, cenas de cores vívidas, nítidas, brilhantes.
Observe também quais diferenças existem em relação ao como você é hoje.
Não pare até que consiga uma experiência imaginária desse seu dia ideal de manhã até a hora de ir para cama, com todos os melhores acontecimentos possíveis desse seu objetivo, como se você já o tivesse realizado.
Faça de uma forma que realmente o motive para isso.

Ajudar a si próprio e aos que estão ao seu redor, os seus próximos mais próximos, a identificar objetivos positivos contribui para criar estados emocionais mais eficazes para realizar estes objetivos.
Ajudar o seu parceiro ou sua parceira ou filhos ou amigos a construir objetivos através desses passos estratégicos, é um presente inestimável que você proporciona a eles em termos de sucessos futuros.

"A imaginação é de longe muito mais importante que o conhecimento."

Albert Einstein

MEIOS E FINS

Somente quando mantidos na mente os objetivos finais, podem os meios serem adequados.
Um carpinteiro não pode escolher as ferramentas que necessita antes de saber o que deseja construir.
Muitas pessoas seguem tropeçando num frenesi de atividades improdutivas porque não são capazes de diferenciar os meios dos fins.

A seguir descrevo um caso em que fui testemunha numa firma onde participei de uma transação comercial.
A diretoria acabara de decidir a compra de um galpão/armazem industrial, mas tinha já adquirido um terreno anteriormente com a intenção de nele se construir um prédio.
Portanto agora queria vender este terreno se aparecesse um comprador.

"Quem possui a escritura desse terreno?" perguntou um dos membros da diretoria, um professor universitário notável. Em resposta a sua pergunta, tornou-se claro que haviam perdido a escritura.

"Não se preocupem com isso," disse outro membro da diretoria, que era advogado, "podemos conseguir uma cópia no cartório por mil cruzeiros."

Muito bem," disse o professor, "proponho que arranjemos um cofre no banco para guardar nossos documentos."
Sua moção foi aprovada por unaminidade.
"Proponho, a seguir, que o nosso advogado seja autorizado a gastar os mil cruzeiros para conseguir uma cópia da escritura do terreno e que esta seja colocada no cofre do banco."
"Isto não é necessário", disse o advogado.
"Quando tivermos um comprador podemos arranjar uma cópia da escritura. Para que nos incomodarmos agora?"
Se não tivermos uma cópia da escritura, o que colocaremos no cofre do banco", disse o professor com lógica triunfante.
"Proponho", disse o advogado, "que coloquemos os mil cruzeiros no banco.

Uma confusão como essa, onde os meios se tornam os fins, às vezes pode parecer sem importância.
Porém, o que se tem observado é que a mesma coisa acontece em escala muito maior, entre nações, por exemplo.

Os tolos sempre ficam perdidos entre meios e fins.
Um policial irlandês conta a história de um viajante que foi abordado na estrada por um desconhecido que lhe disse:
"A bolsa ou a vida!" O viajante respondeu:
"Fique com a minha vida. Preciso do dinheiro para quando for velho."
(pois... :-))

http://www.golfinho/

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um pai, "bem de vida", querendo que o seu filho soubesse o que é ser pobre, levou-o a passar uns dias com uma família de camponeses.

O rapaz passou 3 dias e 3 noites a viver no campo. No carro, ao voltar para a cidade, o pai perguntou-lhe:

Como foi a tua experiência?

Boa, respondeu o filho, com o olhar perdido à distância.

E o que é que tu aprendeste? Insistiu o pai.

O filho respondeu:

1 - Que nós temos um cachorro e eles tem quatro.

2 - Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até metade do nosso quintal. Eles têm um rio sem fim, de água cristalina, onde têm peixinhos e outras belezas.

3 - Que nós importamos lustres do Oriente para iluminar o nosso jardim,enquanto eles tem as estrelas e a lua para os iluminar.

4 - O nosso quintal chega até ao muro. O deles chega até ao horizonte.

5 - Nós compramos a nossa comida, eles cozinham-na.

6 - Nós ouvimos CD's... Eles ouvem uma perpétua sinfonia de pássaros, periquitos, sapos, grilos e outros animaizinhos...tudo isto às vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho que trabalha a sua terra.

7 - Nós usamos microondas. Tudo o que eles comem tem o glorioso sabor do fogão a lenha.

8 - Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes...eles vivem com as suas portas abertas, protegidos pela amizade dos seus vizinhos.

9 - Nós vivemos ligados ao telemovel, ao computador, à televisão. Eles estão 'ligados' à vida, ao céu, ao sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às suas sombras, à sua família.

O pai ficou impressionado com a profundidade do seu filho e então o filho terminou:

- Obrigado,Pai, por ter me ensinado  como somos pobres!

Cada dia estamos mais pobres de espírito e de observação da natureza.

Preocupamo-nos em TER, TER, TER, E CADA VEZ MAIS TER, em vez de nos preocuparmos mais em SER:
SER cada vez mais,
SER cada vez melhor,
SER verdadeiro,
SER livre,
SER completo.