As pessoas procuram maneiras para lidar com o diálogo interno negativo porque ele caracteriza fortemente os humores negativos como a raiva, ansiedade, culpa e pânico – de facto, o diálogo interno negativo é, muitas vezes, o modo principal pelo qual nós mantemos e exacerbamos esses humores.
Nós não pretendemos exacerbar intencionalmente os nossos humores negativos dessa maneira. Isto seria insensato.
Isso acontece porque nós não sabemos como conduzir essa forma de pensamento negativo e, como resultado, acreditamos que estamos presos a ele e que ele é somente uma realidade da vida.
Diálogo interno e raiva
A raiva, por exemplo.
Digamos que a Kate teve uma discordância com seu colega de escritório, Dan, que ele a insultou e depois gritou, deixando-a zangada e sentindo-se magoada – e pior, ela nem teve oportunidade de falar.
Agora eles não se falam mais, a menos que seja absolutamente necessário.
Eles ignoram-se, apesar de trabalharem no mesmo local e a discordância ocorreu há algumas semanas atrás.
Provavelmente agora, a Kate está a ter debates internos e imaginários com o Dan, dizendo tudo o que ela pretendia ter dito naquela ocasião – repetidas vezes, dia e noite.
Esses debates ou longos discursos internos corroem a paz de espírito dela, a sua capacidade de se concentrar e, naturalmente, o seu sono.
Qualquer coisa que a faz lembrar do Dan recomeça a fúria interna:
- Ela visualiza-o, sente um ímpeto de raiva, repega na discussão original, ouve-o a insultá-la, critica-se por ter sido ineficiente ao lidar com ele, critica-se por não ser capaz de "tirar isso da cabeça", e assim por diante.
Cada vez que isso acontece, alimenta mais a raiva dela.
O diálogo interno e a visualização deixam-na fisicamente cansada, como também produzem um estado de excitação neurológica e química.
O batimento cardíaco aumenta, os seus músculos ficam mais tensos.
Isso, naturalmente, é acrescido ao seu tumulto interno uma vez que, provavelmente, ela também está furiosa por não ser capaz de controlar o seu próprio humor...
Apenas 10 ou 15 minutos desse tipo de actividade interna e podemos estar tão abalados emocionalmente como se estivéssemos frente a frente com a pessoa.
E, quando isso ocorre durante a noite, elimina qualquer chance de se voltar a dormir por uma ou duas horas.
(E, ironicamente, enquanto estamos experimentando esse tumulto, o objecto do nosso pensamento estará, provavelmente, dormindo em paz e profundamente na sua própria cama!)
Outros exemplos de diálogo interno negativo
Ansiedade:
O Jack está preocupado com a aproximação da reunião que terá com seu gerente para rever o seu progresso, não tão impressivo, num projecto.
Deste modo, no período até a reunião, ele conversa com ele mesmo sobre como será desastroso se ele perder o emprego, visualiza todos os "piores cenários" imaginando como são horrorosos, fala consigo sobre como ele não pode deixar isso acontecer, etc, etc.
O diálogo interno negativo e o ensaio mental fazem com que, no encontro real, ele provavelmente esteja tão tenso e ansioso que realizará exactamente o que o assusta.
Culpa:
A Patty é uma mãe solteira. Ela trabalha para conseguir pagar as suas contas enquanto cuida dos seus dois filhos.
Um deles começou a comportar-se mal na escola e a Patty teve uma reunião desconfortável com a professora. Agora a Patty sente-se culpada por não ter sido mais presente, sempre sorrindo, a mãe sempre paciente que ela aspirava ser e critica-se constantemente por não satisfazer seus padrões não realistas.
Aprendizagem:
O Peter está a estudar para um exame muito importante.
Da maneira que ele vê as coisas, o futuro da sua carreira e o seu salário dependem desse resultado.
Assim sendo, aprender e registrar a informação de modo que ele possa recordá-la mais tarde, sem esforço, exige um bom foco de atenção.
Mas a maneira do Peter focar a sua atenção nesse sentido é conduzir um constante diálogo interno, contínuo e monótono, no qual ele comenta sobre a sua pobre memória, nas conseqüências de não se sair bem, no tempo que ele perdeu a divertir-se em vez de ter ficado a estudar, e assim por diante.
A sua incapacidade de conduzir satisfatoriamente o seu diálogo interno assegura que ele não se dá a oportunidade de ter um bom resultado no exame.
Paz de espírito:
Entre os muitos objectivos de reduzir/REEDUCAR o diálogo interno para melhorar a qualidade das nossas vidas, a paz de espírito é talvez o mais importante.
Paz de espírito torna-se muito mais fácil quando somos capazes de nos sentarmos quietos ou fazer uma caminhada, apreciar um filme ou um concerto, sem ter o nosso diálogo interno tagarelando sobre todas as coisas que temos para fazer, ou comentando sobre o nosso desempenho ou ruminando sobre o passado...
10 maneiras de conduzir o diálogo interno negativo >
O diálogo interno é uma parte normal, importante e valiosa do nosso processamento interno, desde que saibamos como usá-lo e como conduzi-lo.
Mas como poucos recebem lições de como usar e conduzir o processo interno de pensamento e de sensações, nós acabamos por desenvolver o nosso próprio modo de lidar com o diálogo interno, através de tentativas e erros.
E na verdade, são esses resultados da tentativa e erro, mesmo razoavelmente efectivos, que nos colocam na direcção da nossa vida emocional.
Como a PNL nos permite "modelar" ou examinar como usamos a nossa mente e corpo, isso é um insight valioso de como podemos conduzir melhor a nossa vida.
Poderíamos descrever como aulas de direcção para a mente-corpo!
Aplicar a PNL no diálogo interno negativo significa termos escolhas para melhorar a maneira de como nós usamos essa capacidade:
Bloqueá-lo: pois assim você na realidade inibe a sua própria capacidade de diálogo interno.
Substituí-lo: similar ao bloqueio, você substitui um fluxo de diálogo interno por outro.
Inibi-lo: ao prestar atenção à coisas que não exigem diálogo interno ou que recorram fortemente a outros sentidos como barulho, visão ou sensações físicas.
Redireccioná-lo: use o seu diálogo interno com finalidade mais positiva.
Negociar com ele: faça um acordo com seu próprio diálogo interno usando uma técnica da PNL.
Torná-lo desnecessário: muitas vezes, o nosso diálogo interno é um meio de imaginar algo ou de desanuviar a mente de alguém.
Por isto aqui nós usamos as melhores maneiras de atingir esse resultado.
Reduzi-lo: use a consciência e mais outros métodos, para reduzi-lo.
Module-o: mude a maneira como você fala consigo porque isso tem um efeito calmante e dá-lhe mais apoio.
Dirija-o: desenvolva a capacidade de decidir não "acolher" certo tipos de pensamentos.
Reconheça-o: como resultado do uso de outros métodos, o diálogo interno deixa de ser um "ponto importante" – nós reconhecemos que ele é simplesmente algo que estamos fazendo – e que pode ser feito de um modo diferente.
Use-o ou fique à mercê dele
Quando "usado" efectivamente/positivamente, o nosso diálogo interno é um recurso admirável, uma dádiva que nos permite pensar com criatividade, realismo, lógica, com continuidade, com crítica, etc.
Sem essas capacidades, nós não seríamos capazes de atuar efectivamente na vida diária.
O problema com o diálogo interno negativo tem origem no facto de que nós não sabemos que podemos dirigi-lo , ou se sabemos, não sabemos como dirigi-lo.
É mais ou menos como ter um cachorro. :-)
Se o cachorro foi treinado, ele pode ser uma óptima companhia, ajudar na segurança e ser um companheiro fiel.
Porém, se sempre permitiram que ele fizesse tudo que queria, ele pode causar destruição dentro e fora de casa – e até mesmo arriscar a segurança de amigos e da família!
Felizmente o velho ditado "você não pode ensinar novos truques para um cachorro velho" não se aplica neste assunto.
Aqui, essa analogia desmorona, porque é perfeitamente possível aprender a dirigir o diálogo interno. "