domingo, 8 de maio de 2011

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Uma das maiores dificuldades na solução de problemas respeitantes a insatisfações de carácter interno e toda a gama de descontentamento de ordem pessoal relativos à realização de objectivos, talvez tenha a ver com a dificuldade que temos em auto-delegar.

Explico:
- Identificámo-nos (empregando terminologia de PNL:
" associámo-nos") tanto com uma pequena parte de nós, que com essa pequena parte, queremos controlar as emoções e realizar toda a enorme gama de tarefas que caracterizam um ser humano.

O “corpo” está sequioso de afeição ou, internamente, podemos sentir vazio, ou queremos resolver um sentimento de culpa, andamos às voltas, mentalmente, dias, meses, às vezes anos, com a mesma preocupação, e o que fazemos geralmente?
- Vagueamos pelo mundo fazendo as coisas da mesma maneira e obtendo assim os mesmos resultados.
E fazemo-lo, geralmente, apelando à racionalidade ou usando automaticamente o pensamento circular feito de repetição dos mesmos pensamentos.
A mente (mais ou menos) consciente quer perceber a situação, conhecer o primeiro acontecimento, analisar e encontrar as variáveis e controlar o processo para encontrar a “solução”.
E enquanto faz isso, na maioria das vezes, o problema agrava-se.

Tenho vindo a propor, e repito isso muitas vezes, uma maneira diferente de lidar connosco, uma maneira que me parece ser o que há de mais fundamental em PNL.

A forma que geralmente utilizamos para resolver problemas, se pode ter certo sucesso no mundo físico, geralmente não funciona quando aplicada ao funcionamento do ser humano, sobretudo aplicada na resolução de situações emocionais complicadas.
A Programação NeuroLinguística, por outro lado, é uma metodologia que nos ajuda a passar a uma fase superior de auto-consciência e vivência da vida.

A parte de nós com a qual queremos resolver todos os problemas, é a mente consciente.

Em vez de "mente consciente", melhor seria talvez falar de “diálogo interno”, pois até esse processo interno de pensamento é incontrolável e nada consciente.
De forma automática, analisamos, comparamos, classificamos, julgamos, concluímos e descobrimos que não passámos de onde estávamos.
E que fazemos?
Continuamos novamente a analisar, comparar, julgar, concluir, num círculo interminável, na esperança de encontrar uma solução impossível de encontrar com as premissas e dados limitados que são, possivelmente, eles mesmos, muitas vezes, as causas do agravamento do problema.

Vivemos na ilusão que uma pequena parte de nós possa vir a tomar o controlo de todo o nosso ser: o inconsciente.

O inconsciente é um sistema autónomo feito de todos os conhecimentos, experiências, aprendizagens de vida, valores, crenças e emoções.

O inconsciente, ainda por cima, organizou-se no decorrer da vida em um conjunto de personalidades independentes com competências e intenções próprias para protecção e realização de significados.
Fê-lo por contexto, situação, partindo das premissas e das competências que possuía e que dominava na altura.

A mente consciente é um produto recente da história da humanidade e um produto deste todo complexo, uma parte mínima do ser humano, desempenhando certamente um papel enorme que o vai distinguir do reino animal, mas não passando de uma pequenina parte a querer controlar um todo, o que resulta numa inquietação interna e desgaste, uma dinâmica feita de duelos.

Podemos dizer que aquilo que o diferencia, lhe subiu à cabeça!
O que me parece finalmente é que, nesta luta desesperada de controlo, o consciente, inevitavelmente, perde sempre.

Quem decide na nossa vida?
Para empregar uma metáfora:
- A “cabeça” ou o “coração, o estômago, as vísceras”?
Não será até uma ilusão pensar que a cabeça tomou uma decisão?
Ou não terá a cabeça tomado consciência da decisão já tomada anteriormente pelo inconsciente?
Estas são perguntas actuais relevantes no campo da neurociência sobre o funcionamento da mente e da relação entre o consciente e o inconsciente e para as quais há cada vez mais respostas, qual delas a que causa mais espanto.

Costuma ilustrar-se a relação consciente-inconsciente com metáforas, por exemplo, “o comandante do navio e a sua tripulação”.
O comandante aponta o caminho e cada elemento da tripulação executa a sua tarefa.
Se o comandante quer fazer ele mesmo tudo, não nos parece que consiga chegar a bom porto.
O comandante pode possuir o beliche mais requintado, mas isso não diz nada sobre o verdadeiro estatuto do comandante no conjunto, isso só revela o estatuto que a nossa sociedade dá ao papel da “cabeça”.

Tenha o comandante do navio o estatuto social que tiver, é uma peça pequeníssima no conjunto da embarcação.
O seu papel é indicar o caminho e dar feedback sobre a justeza da rota seguida para que a devida pessoa, no devido lugar, faça a correcção adequada.

Ora é o mesmo com a nossa psique.

A mente consciente indica um caminho (caminho este que é, afinal, uma tomada de consciência de um processo altamente complicado, resultado da história pessoal, feito de interpretações de acontecimentos, memórias, convicções…).

A partir daí, muitas vezes, quanto mais a gente se preocupa com o desenrolar do processo, piores são os resultados.

Mas no momento em que se toma consciência de pequenas transformações indesejadas, podemos dar feedback e apontar possíveis correcções e… o inconsciente faz o resto.

Serão necessários alguns passos “conscientes” na boa direcção?
Se forem dados passos conscientes no bom caminho da mudança desejada, isso significa, possivelmente, que o inconsciente já nos deu autorização para isso.

Falamos então de “ecologia”.
Há balanço entre a mente consciente e os processos inconscientes.
Tem-se a sensação que a mudança é eficiente e fácil.
A energia flui.

Recorro muito a “espíritos” para a resolução de conflitos internos e ajuda nos meus processos pessoais.
Estes “espíritos” não têm nada de metafísico.
São invenções.
Correspondem ao que em PNL chamamos “partes”: identidades com características próprias e recursos nossos a que, em geral, não acedemos.

Tenho espíritos especialistas em questões amorosas, espíritos para questões de saúde, espíritos especialistas em relações familiares, conselheiros financeiros, guias espirituais.
É muito giro.
Assim, não “controlamos” nada (o controlo directo que geralmente utilizamos, não leva a parte nenhuma) e acedemos a recursos inconscientes em nós que, de outra maneira, nem sequer sonharíamos que os tínhamos.

Aliás, não faz diferença nenhuma se se trata destes espíritos, ou de anjos, arquétipos, mentores espirituais, uma entidade da moda new age ou manifestações divinas tradicionais oficializadas.

A eficiência do seu funcionamento deve-se, como nas intervenções na medicina científica, em grande parte, ao efeito placebo.

Cada um utiliza as construções criativas mentais de acordo com o seu modelo do mundo e são essas criações que vão determinar os estados sensoriais e o comportamento.

Este é o pressuposto que está na base da metodologia da PNL.

A vantagem de trabalhar com estes “espíritos dentro de nós” é a de nos libertarmos de dependências de ordem metafísica e assumirmos a nossa totalidade humana como únicos responsáveis pelos nossos destinos.

Em vez de andarmos para aí a ruminar, desesperar sem encontrar soluções, culparmo-nos, numa constante luta, teremos assim uma relação muito mais agradável connosco. Ainda por cima, descobri que os “espíritos” são uma belíssima companhia e estão sempre disponíveis.

Começo cada vez mais a ter a sensação que, mantendo-me alerta sobre onde quero chegar, quanto mais delego aos meus espíritos, melhor as coisas correm…
Publicado na revista PNL-PORTUGAL 05-MAIO 2011 (http://www.pnl-portugal.blogspot.com/, 29/04/2011, José Figueira



Obrigada José, belíssimo Artigo! :)





















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